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Maior greve ferroviária em 30 anos paralisa o Reino Unido

A maior greve ferroviária do Reino Unido em 30 anos começou nesta terça-feira (21), quando dezenas de milhares de funcionários saíram em uma disputa por salários e empregos que pode abrir caminho para uma ação coletiva trabalhista nos próximos meses.

Alguns dos mais de 40 mil trabalhadores ferroviários que devem entrar em greve nesta terça, quinta e sábado se reuniram em piquetes desde o amanhecer, deixando a rede de trens paralisada e as principais estações desertas.

O metrô de Londres também foi fechado devido a uma greve paralela.

O primeiro-ministro Boris Johnson, sob pressão para fazer mais para ajudar as famílias britânicas que enfrentam o impacto econômico mais difícil em décadas, disse que a ação coletiva prejudicaria as empresas à medida que continuam se recuperando da pandemia.

Os sindicatos disseram que as greves ferroviárias podem marcar o início de um “verão de descontentamento” com professores, médicos, trabalhadores de coleta de lixo e até mesmo advogados se movendo em direção a uma ação coletiva, à medida que os preços crescentes de alimentos e combustíveis empurram a inflação para 10%.

“O trabalhador britânico precisa de um aumento salarial”, disse Mick Lynch, secretário-geral dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e de Transporte (RMT), à Sky News.

“Eles precisam de segurança no emprego, condições decentes e um acordo em geral, se conseguirmos isso, não teremos que ter a ruptura na economia britânica que temos agora e que pode se desenvolver durante o verão”.

Johnson disse que os sindicatos estavam prejudicando as pessoas que alegavam estar ajudando.

“Ao seguir em frente com essas greves ferroviárias, eles estão afastando os passageiros que, em última análise, apoiam os empregos dos trabalhadores ferroviários, ao mesmo tempo em que impactam empresas e comunidades em todo o país”, disse nesta terça-feira, segundo seu gabinete.

O governo enfrentou críticas de parlamentares da oposição por se recusar a se envolver nas negociações para resolver a disputa. Os ministros dizem que é uma questão para os sindicatos trabalharem diretamente com os empregadores ferroviários.

Uma pesquisa realizada pela YouGov no início deste mês descobriu que a opinião pública sobre a greve estava dividida, com cerca de metade dos entrevistados se opondo à ação e pouco mais de um terço dizendo que a apoiava.

Leo Rudolph, um advogado de 36 anos que caminhava para o trabalho, disse que ficaria mais insatisfeito quanto mais durasse a disputa.

“Isso não vai ser uma ocorrência isolada, certo?” ele disse à Reuters. “Certamente ficarei mais frustrado cada vez que isso acontecer.”

Fonte: CNN Brasil