/PF cumpre mandados em Alagoas, Bahia, Goiás e DF contra fraudes na Previdência Social
Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

PF cumpre mandados em Alagoas, Bahia, Goiás e DF contra fraudes na Previdência Social

A Polícia Federal, em uma ação conjunta com a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista, colocou em prática a operação Trickster, com o intuito de investigar grupo criminoso que atua em fraudes na Previdência Social. A operação teve início na manhã desta quinta-feira (18), sendo cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em Alagoas, Bahia, Goiás e DF. No Distrito Federal, por meio da 10ª Vara Federal do DF, também foi expedido um mandado de prisão preventiva para um dos membros do grupo.

Os investigadores descobriram que, entre os anos de 2018 e 2022, um médico perito federal, junto do ex-sócio, atuou para fraudar benefícios previdenciários por incapacidade para si mesmos, familiares, sócios e outras pessoas próximas. A PF afirma que ainda há uma suspeita de participação de um ex-estagiário da Agência do INSS de Taguatinga, DF.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de até R$ 1.143.686,86 das contas do médico perito federal, para ressarcimento do prejuízo gerado aos cofres públicos. Também foi determinado, a suspensão da função pública, sequestro de bens, proibição de sair do país, pagamento de fiança no valor de R$150 mil ou uso de monitoramento eletrônico. Os pagamentos de todos os benefícios suspeitos também foram bloqueados judicialmente.

A ação conjunta evitou o prejuízo aproximado de R$ 593 mil, considerando a data de cessação dos benefícios e a expectativa de vida dos segurados, calculado a partir das Tabelas de Mortalidade do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A ampla maioria dos benefícios suspeitos foi de auxílio-doença, com longos períodos de afastamentos. Identificou-se que a maioria das perícias foram antecipadas para que o médico investigado atendesse os beneficiários fora da agenda”, destacou a PF.

Conforme a investigação, realizava-se apenas uma contribuição, com recolhimento em data muito próxima ao requerimento do benefício. “Alguns investigados apresentavam atestados com a mesma comorbidade, em datas quase semelhantes. Investigou-se que diversos atestados teriam sido emitidos pelos mesmos médicos assistentes, mas com claros indícios de fraude”, explicou a PF.

Caso as fraudes sejam comprovadas, os envolvidos “podem responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade documental, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, estelionato previdenciário, bem como corrupção ativa e passiva”, disse a PF.

O nome da Operação foi denominado TRICKSTER, em alusão aos truques ou manobras criminosas realizadas para obter os benefícios e à inobservância das regras e normativos para realização de perícias médicas.

Por: Redação ANH/AL.