Alagoas é destaque nacional como 6º estado com maior número de quilombolas
Alagoas ocupa a 6ª posição no Brasil em relação à população que se identifica como quilombola, totalizando 37.722 pessoas, tanto em números absolutos quanto proporcionalmente. Esses dados são do Censo Demográfico 2022, que pela primeira vez incluiu a identificação de remanescentes de quilombos, realizada independentemente da classificação por cor ou raça.
Os municípios com maior número de quilombolas são Penedo (5.280), Traipu (2.938) e Arapiraca (2.128). Já em termos proporcionais, Palestina lidera com 31,78% de sua população identificada como quilombola, seguida por Jacaré dos Homens (24,72%) e Poço das Trincheiras (15,54%). União dos Palmares, apesar de sua importância histórica, possui apenas 561 quilombolas declarados, representando menos de 1% de sua população.
A taxa de alfabetização entre quilombolas com 15 anos ou mais é de 70,2%, abaixo da média geral de Alagoas (82,3%) e inferior a outros grupos tradicionais, como indígenas (80%). Alagoas, de forma geral, apresenta o maior índice de analfabetismo do país.
A identificação dos quilombolas foi realizada por meio de um questionário aplicado em regiões próximas a comunidades quilombolas e em terras oficialmente delimitadas.
*Desigualdades enfrentadas pela população negra e parda
No Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca-se a contribuição histórica da população negra para o Brasil, representada por Zumbi dos Palmares. Contudo, os dados do IBGE revelam que desigualdades sociais e econômicas persistem.
Mais da metade da população brasileira (55,51%) se identifica como preta ou parda, enquanto em Alagoas esse número atinge quase 70%, sendo 60,3% pardos e 9,5% pretos. Apesar dessa representatividade, as condições de vida e os indicadores educacionais refletem disparidades marcantes.
Pretos têm a menor taxa de alfabetização no estado, com apenas 76,5% das pessoas acima de 15 anos alfabetizadas, seguidos por indígenas (80%). Entre os pardos, o índice sobe para 81,8%. Esses números contrastam com os de brancos (85,5%) e amarelos (87,6%).
Na moradia, pardos (60,32%) e pretos (14,08%) são maioria em favelas e comunidades urbanas de Alagoas. Cerca de 21,7 mil pessoas pardas e 3 mil pretas vivem em domicílios sem banheiro ou sanitário. Além disso, 60% dos lares alagoanos têm chefes de família pardos, enquanto pretos lideram em quase 12% dos casos.
Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas para promover maior igualdade e inclusão social para a população negra e parda no estado e no país.
Redação ANH/AL
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