Abelin Maria da Cunha, mais conhecida como Ângela Maria, nasceu no dia 13 de maio do ano de 1929, em uma pequena fazenda em Conceição de Macabu, no estado do Rio de Janeiro. Seu pai era lavrador e pastor de uma igreja protestante. Sua mãe era dona de casa e cuidava da família. A família de Angela Maria passou por grandes dificuldades, mas todos tinham muita fé.

Desde criança, ela gostava de cantar, e sua primeira apresentação foi na igreja de seu pai, e seu primeiro emprego foi numa estamparia de pano de pratos. Ela gostava tanto de música que até na hora do trabalho vivia cantando pelos corredores da fábrica. Quando abria a boca para cantar, Angela reunia diversos funcionários que paralisaram as suas funções para ouvi-la. O resultado disso: Angela foi demitida.

Seu chefe se aproximou e lhe disse que ali não era auditório de rádio, apesar de tecer diversos elogios a cantora, que na época, sequer sonhava em fazer o sucesso que estava por vir.

Abelin sonhava em ser uma cantora de sucesso, e sem que sua família soubesse, ela fez um teste e foi aprovada para cantar numa rádio do Rio, e para esconder de sua mãe que iria cantar no rádio, teve que mudar seu nome, escolhendo então, o pseudônimo Angela Maria. Sua família acabou descobrindo que ela estava fazendo grande sucesso nas rádios e ganhando diversos prêmios, mas, Angela seguiu em frente, acreditando no potencial de sua voz.

Angela Maria, contava que no início de sua carreira, imitava outra grande estrela da nossa canção, a inesquecível cantora Dalva de Oliveira. Até que aos poucos foi ganhando seu próprio estilo de cantar.

Em 1951, Angela Maria foi eleita a rainha do rádio brasileiro, e por conta disso, foi convidada para gravar um disco teste, gravando as canções “Sou Feliz” e “Quando Alguém Vai Embora”. 

O resultado foi acima do esperado, e Angela acabou assinando contrato com a gravadora de discos RCA, e gravou um disco que já na primeira tiragem, foi um grande sucesso de vendas. Angela Maria fazia tanto sucesso, que até o ex-presidente Getúlio Vargas, lhe tinha grande admiração. Tanto que ele lhe deu o apelido de “Sapoti”.

Em 1954, ela fez uma grande estreia no cinema brasileiro, onde fez mais de 10 filmes como cantora. E devido ao grande sucesso, Angela Maria conquistou espaço fora do país. Chegou a morar 2 anos em Portugal, e foi a única cantora brasileira a interpretar um fado no Coliseu, em Lisboa.

Angela Maria e Cauby Peixoto, outro grande expoente da nossa boa música popular, fizeram muito sucesso juntos, numa espécie de casamento musical.

Recorde:

Em toda sua carreira, Angela gravou mais de 100 discos, dos quais, mais de 50 músicas estiveram nas paradas de sucesso, ganhando vários prêmios e inspirando gerações. As cantoras Alcione, e Elis Regina, por exemplo, sempre admitiram ter profunda admiração pela cantora e que no início de suas carreiras, a imitavam.

Sucessos como “Cinderela”, “Foi Deus”, “Borrasca”, “Mamãe”, e muitos outros se tornaram verdadeiros hinos em festas e confraternizações espalhadas por todo o país.
Morte:

Angela Maria faleceu em decorrência de um quadro de infecção, em 29 de setembro de 2018, na cidade de São Paulo, SP.

Foi homenageada pela escola de samba Rosas de Ouro, no ano de 1994, no sambódromo do Anhembi, em São Paulo, e a escola sagrou-se campeã do carnaval, naquele ano.

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.