/CRATERAS EM BURITICUPU, ESTÃO ENGOLINDO A CIDADE AMAZÔNICA NO INTERIOR DO MARANHÃO

CRATERAS EM BURITICUPU, ESTÃO ENGOLINDO A CIDADE AMAZÔNICA NO INTERIOR DO MARANHÃO

Voçorocas em Buriticupu. Imagem: Prefeitura de Buriticupu

Buriticupu, é uma pequena cidade amazônica com 70 mil habitantes,  localizada no interior do Maranhão, que tem sofrido com um fenômeno geológico pouco comum, conhecido como Voçorocas, têm causado pânico nos moradores da cidade, que já não sabem mais o que fazer diante do enorme problema, que além e tudo, lhes tirou a dignidade e o sossego.

Voçoroca, significa “terra-rasgada” em Tupi Guaraní, e segundo os especialistas, o problema foi provocado pela falta de planejamento urbano e um desmatamento agressivo. Segundo os ambientalistas e moradores da região, o problema começou após uma exploração desenfreada produzida pelas madeireiras que se instalaram na região, promovendo uma enorme extração de árvores nas últimas décadas, tirando a capacidade do solo arenoso de absorver a umidade, piorando o chamado processo erosivo.

Os moradores relatam um medo intenso, pois a situação piora a cada chuva que cai na região, engolindo totalmente as casas e tudo o que estiver pelo caminho, em enormes valas que também podemos classificar como precipícios, de tão grande que são.

A cidade de Buriticupu, teve grande crescimento em meados da década de 1970, através de um projeto de assentamento promovido pelo governo militar (à época), visando a exploração de terras para a agricultura, e não o desmatamento.

As voçorocas surgem como pequenas rachaduras que vão crescendo até se tornarem enormes crateras, e o processo de “engolimento” do solo acontece de uma hora para a outra, sem nenhum aviso prévio. Moradores relatam que até carros em movimento já foram engolidos pelo fenômeno, parecendo cena de filme.

Voçorocas em Buriticupu. Imagem: Prefeitura de Buriticupu

A prefeitura decretou estado de calamidade pública no último dia 26 de abril, na tentativa de obter recursos estaduais e federais, para iniciar obras de contenção das erosões. Os especialistas dizem que se as causas da erosão não forem contidas, em 30 ou 40 anos, a cidade inteira irá desaparecer.

Em contrapartida, o prefeito do município, João Paulo Teixeira (Patriota), disse que os especialistas estão enganados, e que o município não corre nenhum risco de desaparecimento parcial ou total:

“A cidade não tem o risco de desaparecer, tá certo. A gente sabe que o avanço dela desordenado pode sim provocar várias dificuldades ainda maiores para o município, mas com as ações que têm sido tomadas tanto do governo municipal, estadual e da própria esfera federal, a cidade não vai desaparecer. Obras de drenagem profundas e obras de reconstrução e de recomposição estão prestes a iniciar na nossa cidade”.

As autoridades informaram que até o momento, a terra engoliu cerca de 50 residências e mais de 300 correm o risco de desabar a qualquer momento. Desde o início do fenômeno geológico na cidade, 7 pessoas morreram após caírem em uma das 26 voçorocas, sendo a mais profunda delas, com cerca de 70 metros.
Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.