Por Gabriel Maia, ANH/Redação.
Antes de 1822, o Brasil não era considerado um país independente, sendo apenas um território pertencente a Portugal. Sendo assim, tudo o que era produzido por aqui, até então conhecido como Colônia Portuguesa, deveria ser enviado para o país Europeu. Os impostos pagos pela população brasileira, eram tão altos, que gerou diversas revoltas armadas em diversas capitanias, arraiais e vilas.
Nesse contexto, nasceu Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em São João Del Rei, Minas Gerais, no ano de 1746. Ele era filho de um português proprietário rural, e de uma portuguesa nascida em uma de nossas colônias, Tiradentes teve 8 irmãos. Com apenas 9 anos de idade, ficou órfão, e foi criado por um parente que era dentista, com quem aprendeu o ofício que lhe rendeu o apelido pelo qual o conhecemos.
Ele desenvolveu diversas funções, como Tropeiro, Minerador, e fez parte do Regimento Militar dos Dragões de Minas Gerais, onde teve contato com os ideais iluministas da Revolução Francesa. Tiradentes não se conformava com a exploração vivida pelo Brasil, ele queria que nossa pátria fosse livre, e então se uniu a pessoas que tinham os mesmos objetivos, entre eles, advogados, poetas e padres, para tentar libertar o Brasil dessa situação.
Devido a sua boa oratória e espírito de liderança, foi o escolhido para comandar o movimento conhecido como Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789, cujo objetivo, era fazer o chamado “dia da derrama”, em que eram cobrados da população os impostos atrasados, fazer um grande protesto, alertando as pessoas sobre o plano da libertação, e em seguida prender o governador Visconde de Barbacena. Mas, o plano não deu certo.
Tiradentes foi traído por Joaquim Silvério, até então, um companheiro de luta. Silvério devia 700 contos ao Rei de Portugal, e para ter a sua dívida perdoada, se infiltrou no grupo de Tirandentes colhendo informações sobre o plano, e denunciou ao próprio Visconde de Barbacena, as intenções do grupo.
34 membros do movimento foram presos, acusados de traição à Coroa Portuguesa, dos quais 11 foram condenados à morte, mas todos tiveram as penas amenizadas. Menos Tiradentes. Foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro.
Antes morrer, Joaquim José da Silva Xavier disse:
“Jurei morrer pela independência do Brasil, cumpro a minha palavra.
Tenho fé em Deus, e peço a ele que separe o Brasil de Portugal”.
Logo em seguida, a execução por enforcamento aconteceu, tendo ainda seu corpo esquartejado e exposto em praça pública, como era de costume naquela época.
Bem… essa história fez do Tiradentes um herói nacional, contada sob a ótica dos republicanos, que com o golpe de 1889, através do Marechal Deodoro da Fonseca, elegeu heróis nacionais à revelia, para poder dar ao povo, que até então em sua grande maioria eram contrários à República, um famoso “cala a boca” e se conforma.
Para o historiador Clério Borges, Tiradentes foi usado como massa de manobra dos republicanos, que precisavam eleger um mártir para justificar o golpe militar de 1889, dando a ele, a figura de um homem doce, amável e até mesmo parecido com Jesus Cristo, pois até mesmo as últimas palavras de Tiradentes, foram manipuladas, ou seja, acrescentadas à favor da história que lhes convinha.
A verdade é que Tiradentes de fato existiu, mas não como um grande herói, apenas como um homem comum de seu tempo, que desenvolveu diversas atividades, e que tinha uma revolta natural contra o Rei de Portugal, que ficava com toda riqueza produzida pelo povo brasileiro.
Falar de Tiradentes é exercitar o cérebro para não se corromper pelos republicanos, tão pouco pelos defensores da monarquia e do império brasileiro, que também nutrem dentro de si, histórias mal contadas dentro da própria história.
Os séculos se passaram e aqui estamos nós, neste dia 21 de abril de 2023, em mais um feriado nacional, sem que muitos de nós sequer saiba o porque neste dia é feriado.
Vida que segue…
