/EDITORIAL: HOMEM MORRE EM AGÊNCIA LOTÉRICA E LOCAL CONTINUA FUNCIONANDO COM O CORPO NO CHÃO – ABSURDO!

EDITORIAL: HOMEM MORRE EM AGÊNCIA LOTÉRICA E LOCAL CONTINUA FUNCIONANDO COM O CORPO NO CHÃO – ABSURDO!

Homem morre em agência lotérica e estabelecimento continua aberto como se nada tivesse acontecido. Imagem: Feita por populares.

A que ponto chega a barbárie humana? A falta de humanismo de muitos merece atenção especial, dada a futilidade com que as vidas humanas estão a ser tratadas nos últimos tempos. A banalização da violência, isto é, quando na sala de jantar alguém comenta: “O filho da dona fulana foi morto após ser assaltado”, e todos se olham e continuam comendo como se aquilo fosse uma informação superficial, chega a ser assustador, para não dizer aterrorizante como as vidas humanas aos poucos estão sendo retratadas como mero objeto.

No caso em tela, uma agência lotérica localizada em São José dos Campos (SP), presenciou o falecimento de um homem que teve um mal súbito na fila de espera, e mesmo assim, não prestou socorro, e tão pouco fechou as portas do estabelecimento até a chegada da polícia e do IML.

A falta de humanismo e de respeito apresentada pela gerência do estabelecimento, corroboram com este editorial, onde ao invés de externar sua preocupação em pelo menos fechar o local por algumas horas, demonstraria acima de tudo, respeito pela vítima e seus enlutados. 

O caso não é novidade por aqui, pois já retratamos um caso semelhante no Rio de Janeiro, quando um homem também faleceu vítima de um mal súbito, dentro de um supermercado, e o estabelecimento continuou de portas abertas, como se nada de anormal estivesse acontecendo.

Estamos diante de uma banalização cruel e sem precedentes, que envolve o mais nobre dos sentimentos humanos: a empatia. Empatia que está atrelada a outras regras do bom viver, como o respeito e a solidariedade. Mas, nesta agência lotérica o que mais vale é a circulação de dinheiro, seja do pagamento de contas, seja pela “fezinha” dos seus frequentadores.

Juridicamente falando, estamos diante de uma aberração social passível de puPpónição, pois a família do morto, pode alegar falta de prestação de socorro, pois a prestação de socorro não se dá apenas para quem está vivo, ou seja, mesmo tendo sido vítima de um mal súbito, o corpo necessita de cuidados, até a chegada da polícia e o IML. A ingerência do local, pode fazer com que paguem multa e indenização por dano moral a família do homem.

Percebam que existe uma diferença gritante entre morrer na rua, e morrer dentro de um ponto comercial.

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.