Negro da Luz, é o nome artístico de Alberto Albuquerque, coordenador do Coco de Roda Estrela de Alagoas, e sua paixão pelas artes juninas, especialmente o Coco de Roda, começou aos 10 anos de idade. O Coco de Roda é uma tradução nordestina, que envolve não apenas a dança, mas também muita música. 

Em Maceió, os grupos se preparam com bastante antecedência para se apresentar no concurso realizado pela prefeitura. Em 2023, o grande concurso está previsto para o mês de agosto, quando se comemora o chamado “Agosto Popular” em alusão ao mês do folclore alagoano.

O Coco de Roda Estrela de Alagoas, originalmente pertence ao bairro de Bebedouro, e seu coordenador geral, o Negro da Luz, conversou com exclusividade com o Portal ANH notícias, falando um pouco sobre a sua paixão e as dificuldades que enfrenta para poder colocar seu Coco de Roda na rua.

ANH: Negro da Luz, de onde vem a sua paixão pela arte do Coco de Roda?

Negro da Luz: “A minha paixão pelo Coco de Roda surgiu quando eu tinha apenas 10 anos de idade, quando eu participava do Centro de Cultura e Cidadania Malugos do Ile, que é um grupo cultural que resgata a cultura negra. Com temáticas contra o preconceito, o racismo… e nisso aí, a gente formou um Coco de Roda, que vem de origem africana, matriz africana. Aí através dali surgiu essa paixão junina também, no mês de São João.

Daí eu comecei a trabalhar com crianças e adolescentes, ensinando-lhes desde pequeno graças ao dom que Deus me deu, de poder dançar e educar ao mesmo tempo, através da arte e da dança”.

ANH: Nos fale um pouco da dificuldade que é preparar um grupo de Coco de Roda. Existe patrocínio? Existe o apoio do poder público?

Negro da Luz: “Há sim, uma grande dificuldade, pois quando nós temos um grupo cultural, precisamos de parceiros. A gente corre atrás de patrocínio, mas é muito difícil convencer o empresariado sobre a importância da nossa tradição. Tem uns que somam com a gente, mas tem outros que não abrem os braços. A gente tem que correr atrás… a gente tem que fazer bingo, piquenique, para poder trazer fundos para  poder arcar com a vestimenta, o cenário. Hoje, por exemplo, a gente não tem nenhum patrocinador”.

ANH: Em relação ao poder público, existe algum tipo de apoio ou vocês se apresentam por conta própria? 

Negro da Luz: “Bom… tem festivais juninos que alguns realmente ajuda. Mas mesmo assim, ainda existe certa dificuldade. Pois temos que arcar com o custo do ônibus e o lanche do pessoal. Tudo isso é uma grande dificuldade para quem trabalha com crianças e adolescentes.

O Coco de Roda Estrela de Alagoas, tem ao todo cerca de 30 componentes, entre produção, bateria, dançarinos e direção. 

O Negro da Luz, além de coreógrafo, também é cantor e compositor, e sua bela voz, está presente não apenas no Coco de Roda mas também em grupos de afoxé. O Negro da Luz também é o Mestre Sala da escola de samba Girassol, em Maceió. 

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.