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Ambulantes registrados para comercializar nos blocos em São Paulo apontam desorganização e situações humilhantes

Vendedores ambulantes inscritos para atuar nos blocos de carnaval em São Paulo relatam dificuldades na organização, destacando a ausência de um limite formal para o número de ambulantes por bloco. Centenas de vendedores passaram a noite de sábado (10) acampados no entorno do Parque Ibirapuera, na Zona Sul da cidade, buscando oportunidades nos megablocos que desfilariam no local no domingo (11).

Em janeiro, cerca de 20 mil pessoas se cadastraram no site da prefeitura para trabalhar de maneira regularizada nos desfiles de carnaval até 18 de fevereiro. No entanto, muitos afirmam que a organização da folia está aquém das expectativas. A vendedora Alessandra Costa destaca que não foi estabelecido um limite formal de ambulantes por bloco. Ela e colegas enfrentaram a noite nas proximidades do Ibirapuera, mas não conseguiram entrar para trabalhar.

Segundo Alessandra, não houve informação prévia sobre a limitação de ambulantes em locais específicos. A autônoma Aline dos Santos relata que os ambulantes acampam não apenas para garantir um lugar nos blocos, mas também para conquistar uma posição no circuito que considerem mais vantajosa.

Muitos vendedores compartilham experiências de esforços extenuantes, como ficar acordados a noite toda e enfrentar condições climáticas adversas, como calor intenso. Eles destacam a falta de informações claras sobre o número de ambulantes permitidos e a sensação de desorganização.

A prefeitura de São Paulo e o patrocinador do evento, a Ambev, discordam sobre a responsabilidade pela organização dos ambulantes. Enquanto a prefeitura afirma que a responsabilidade é do patrocinador, a Ambev alega que um decreto municipal atribui ao poder público questões relacionadas à segurança e organização do evento, incluindo o número de ambulantes credenciados.

Os ambulantes expressam insatisfação com a situação, descrevendo-a como humilhante. Eles mencionam expectativas frustradas de lucro e criticam a falta de organização. A prefeitura destaca que sua responsabilidade é a fiscalização da comercialização de produtos, enquanto a Ambev afirma que é responsável pelo credenciamento e distribuição de materiais aos ambulantes, mas ressalta que a organização do evento é de responsabilidade do poder público.

Ambulantes esperavam um carnaval organizado e lucrativo, mas, até agora, enfrentam desafios e descontentamento.

Redação ANH/SP