/Bióloga do Museu de História Natural da UFAL está à frente de pesquisa inovadora que investiga pequenos mamíferos na Caatinga

Bióloga do Museu de História Natural da UFAL está à frente de pesquisa inovadora que investiga pequenos mamíferos na Caatinga

A Dra. Anna Ludmilla Costa Pinto, pesquisadora do Museu de História Natural da UFAL e membro do Laboratório de Conservação do Século XXI – Lacos 21, lidera uma pesquisa inovadora sobre os pequenos mamíferos na Caatinga, o bioma semiárido característico do Brasil. Os resultados, divulgados em fevereiro deste ano, alertam para os impactos das mudanças climáticas nessa região, indicando que mais de 80% das espécies de pequenos mamíferos na Caatinga podem perder áreas climaticamente adequadas até 2070.

Este estudo, parte do projeto de doutorado da bióloga, utilizou a Modelagem de Nicho Ecológico para projetar os efeitos das mudanças climáticas em 24 espécies de pequenos mamíferos na Caatinga até 2050 e 2070. Os resultados apontam para uma significativa redução das áreas propícias à sobrevivência dessas espécies, com algumas enfrentando perdas de até 90% de sua área climaticamente favorável.

A Dra. Ludmilla destaca a vulnerabilidade da Caatinga, um bioma naturalmente semiárido, e acentua que, diante das mudanças climáticas e processos de desertificação, torna-se crucial entender a distribuição atual e futura da diversidade de mamíferos na região. A pesquisa sublinha a necessidade de identificar áreas estáveis que possam servir como habitats viáveis para garantir a sobrevivência a longo prazo dessas espécies.

A Caatinga, abrangendo mais de 10% do território nacional e presente em diversos estados brasileiros, não recebeu o status de patrimônio nacional pela Constituição Federal, apesar de ser o único bioma totalmente brasileiro. Estudos como o da Dra. Ludmilla buscam sensibilizar para a necessidade de políticas públicas direcionadas à conservação desse bioma e à preservação de sua fauna e flora diante das mudanças climáticas.

A pesquisa destaca que as espécies com ocorrência mais restrita ou endêmicas na Caatinga enfrentarão maiores impactos negativos. A perda de áreas climaticamente adequadas pode resultar em redução drástica de populações, elevando o risco de extinção. Assim, a conservação dessas espécies torna-se urgente, exigindo estratégias específicas de manejo e proteção de seus habitats na Caatinga.

O estudo é considerado pioneiro pelo Professor Doutor Ricardo Bovendorp, coorientador da tese, ressaltando a carência de estudos sobre biodiversidade na Caatinga em comparação com outros biomas brasileiros. Ele destaca a contribuição única da pesquisa da Dra. Ludmilla ao oferecer uma visão abrangente sobre a distribuição das espécies de pequenos mamíferos na Caatinga e seus impactos previstos com as mudanças climáticas.

Essa pesquisa não apenas destaca a importância da preservação da fauna da Caatinga, mas também enriquece a academia, preenchendo lacunas na pesquisa sobre mamíferos, especialmente nacionais. A Dra. Ana Malhado, ecóloga e professora da UFAL, enfatiza o ganho significativo que a Dra. Ludmilla representa para a sociedade, a UFAL e a preservação dessas espécies.

Os alertas sobre os impactos iminentes das mudanças climáticas na biodiversidade da Caatinga feitos pela Dra. Ludmilla Costa Pinto destacam a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a conservação desse bioma único e integralmente brasileiro. Com resultados tão conclusivos, espera-se que haja estímulo para ações que reconheçam o impacto das mudanças climáticas, especialmente para os pequenos mamíferos, e garantam a efetiva proteção da Caatinga.

Redação ANH/AL