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Lula pede voto para Boulos em SP e Nunes decide contestar na justiça

Aproximando-se a apenas três meses do início oficial da campanha para as eleições municipais deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a dianteira e deu início à corrida eleitoral em São Paulo, ingressando plenamente na disputa pela maior prefeitura do país. Durante um evento realizado ontem para celebrar o Dia do Trabalho na Arena Neo Química, o estádio do Corinthians em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, Lula fez um apelo público em favor do deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), que é pré-candidato nas eleições deste ano.

O presidente, que é torcedor do Corinthians, subiu em um trio elétrico e fez um discurso para os apoiadores e sindicalistas presentes no evento. Embora a arena tenha capacidade para 49 mil pessoas sentadas, o público ficou aquém do esperado. Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), fez um discurso pouco antes do petista e elogiou a atual gestão do governo federal, além de criticar políticos de oposição. Em seguida, Lula expressou seu apoio a Boulos como candidato à prefeitura e instigou o público a votar nele.

As declarações provocaram irritação entre os candidatos de oposição na corrida pela prefeitura de São Paulo, como Ricardo Nunes (MDB), que se recusou a comparecer ao evento juntamente com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em uma nota, o MDB anunciou sua intenção de buscar a aplicação de multa ao presidente e a Boulos por propaganda eleitoral antecipada, além de investigar o caso.

A legislação eleitoral proíbe expressamente a realização de campanha eleitoral antecipada, prevendo diferentes sanções conforme a gravidade da infração. Vânia Aieta, coordenadora geral da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep), observa que, embora Boulos não tenha explicitamente pedido votos, ele se beneficiou da manifestação de apoio do presidente.

Durante o mesmo evento, Lula reiterou sua promessa de isentar do pagamento de imposto de renda aqueles que ganham até R$ 5 mil, garantindo que isso será cumprido até o final de seu mandato em 2026. Ele também assinou uma lei que isenta trabalhadores que recebem até R$ 2.824,20 de declarar impostos, além de anunciar uma série de medidas de estímulo ao emprego e à economia, com ênfase nas políticas voltadas para as mulheres.

(crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)

Redação ANH/DF