/Parque completa 40 anos de preservação de espécies ameaçadas

Parque completa 40 anos de preservação de espécies ameaçadas

Imagem: Google

O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos comemora 40 anos de criação em abril com o objetivo principal de preservar e proteger uma parcela significativa dos recifes de corais rasos do banco de Abrolhos, os mais biodiversos do Atlântico Sul. Com 87.943 hectares, a unidade de conservação, localizada no extremo sul da Bahia, abriga um grande número de espécies endêmicas do Brasil, incluindo o budião-azul, que está ameaçado pela pesca intensiva.

De acordo com o doutor Carlos Hackradt, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e coordenador geral do Projeto Budiões, que reúne cientistas em um trabalho de observação, coleta de dados e educação ambiental para a preservação desses peixes, o budião-azul é a espécie que corre maior risco de extinção dentre as cinco grandes espécies que temos no Brasil. No Nordeste do país, as populações caíram drasticamente, acima de 30%, desde a intensificação da atividade pesqueira, iniciada entre as décadas de 80 e 90. Já na costa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, a espécie é considerada funcionalmente extinta.No entanto, o Parque de Abrolhos é um refúgio para esses animais. Além da abundância, lá as espécies conseguem viver por mais tempo, entre 15 e 20 anos, atingindo até 65 centímetros de comprimento, no auge da maturidade reprodutiva. O budião-azul é a maior e mais ameaçada espécie de budião no Brasil e ocorre em grandes quantidades e com grandes tamanhos no Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

Imagem: Google

Em comemoração aos 40 anos do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, o Projeto Budiões, patrocinado pela Petrobras, criou uma série de vídeos para homenagear pessoas envolvidas na criação e manutenção do Parque. Uma delas é a doutora Zelinda Leão, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi pioneira nas pesquisas sobre os recifes de corais de Abrolhos, na década de 70, junto ao seu orientador, o francês Jacques Laborel.O Parque Nacional Marinho dos Abrolhos é uma área prioritária nas pesquisas de preservação dos budiões e possui programas de monitoramento e um modelo de visitação bem estruturados.

O biólogo Erismar Novaes Rocha, chefe do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) ICMBio Abrolhos, destaca a efetividade dessa unidade de conservação como bastante significativa e em crescente consolidação. A unidade permite que algumas espécies, como o budião-azul, tenham o local como espaço de reprodução intensa, uma área segura para sua multiplicação, permitindo a recuperação da população no oceano ao redor.

Por: Elialdo hora ANH/Redação BA