/Israel declara guerra após ataque do Hamas; ao menos 40 estão mortos

Israel declara guerra após ataque do Hamas; ao menos 40 estão mortos

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra após o Hamas lançar um ataque surpresa e de grande escala neste sábado (07), em ação que já é considerada uma das maiores ofensivas contra o país nos últimos anos. Ao menos 40 pessoas morreram, e autoridades dizem que o número de vítimas pode aumentar.

Em mensagem de vídeo, Netanyahu disse que o grupo extremista islâmico que controla a Faixa de Gaza pagará “um preço sem precedentes” pela ofensiva, que teria usado mais de 5.000 foguetes. “Estamos em guerra. Esta não é uma operação simples”, afirmou.

Foto: Reprodução

A ofensiva surpresa, que acontece exatamente 50 anos após o início da Guerra do Yom Kippur, combinou a infiltração de homens armados em cidades israelenses com uma saraivada de foguetes, disparados da Faixa de Gaza. Segundo as Forças Armadas de Israel, dezenas de militantes se infiltraram por terra, mar e ar, alguns dos quais com a ajuda de parapentes.

Trata-se de uma infiltração sem precedentes de um número desconhecido de homens armados do Hamas em Israel a partir de Gaza, e uma das mais graves escaladas no conflito israelo-palestino em anos. O último grande conflito entre Israel e Hamas foi uma guerra de 10 dias em 2021.

Pelo menos 40 israelenses foram mortos nos ataques, e outros 740 ficaram feridos, segundo os serviços de ambulâncias de Israel. Os números devem aumentar. Também de acordo com a imprensa de Israel, cerca de 50 israelenses foram feitos reféns pelo Hamas no kibut de Beeri, próximo à fronteira com a Faixa de Gaza.

A imprensa israelense relatou tiroteios entre bandos de combatentes palestinos e forças de segurança em cidades do sul de Israel. O chefe da polícia de Israel disse que houve “21 cenas ativas” no sul de Israel, indicando a extensão do ataque. Em Gaza, o barulho dos lançamentos de foguetes pôde ser ouvido e os moradores relataram confrontos armados ao longo da cerca de separação com Israel, perto da cidade de Khan Younis, no sul, e disseram ter visto um movimento significativo de combatentes armados.

Também em Gaza, as pessoas correram para comprar mantimentos, antecipando os dias de conflito que se avizinham. Alguns deixaram suas casas e foram para abrigos. O comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, anunciou o início da operação numa transmissão nos meios de comunicação do Hamas, apelando aos palestinos de todo o mundo para que lutassem. “Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação na Terra”, disse ele.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que “Israel vai ganhar esta guerra” e que as tropas do país estão lutando contra o inimigo em todos os locais. Ele autorizou a convocação de reservistas. Segundo o Exército, soldados israelenses já estão operando dentro de Gaza.

A imprensa de Israel informou que homens armados abriram fogo contra pedestres em Sderot, e imagens nas redes sociais pareciam mostrar confrontos nas ruas da cidade, bem como homens armados em jipes vagando pelo campo. “Fomos informados de que há terroristas dentro dos kibutz, podemos ouvir tiros”, disse uma jovem chamada Dvir, do Kibutz Beeri, à Rádio do Exército Israelense, de seu abrigo antiaéreo.

Yousef Abu al-Rish, principal autoridade de saúde palestina em Gaza, disse que não havia um número preciso de vítimas, mas que dezenas de palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos nos ataques. A maioria das vítimas resultou de tiroteios dentro de Israel, afirmou ele, enquanto o restante ocorreu em ataques aéreos israelenses em Gaza.

Daniela Kresch, jornalista correspondente do Instituto Brasil-Israel radicada em Tel Aviv, relata que a ofensiva deste sábado é diferente de todas as anteriores. “É o primeiro ataque que acontece simultaneamente por ar e por terra. O Hamas lançou milhares de foguetes não apenas ao sul, mas também ao norte e ao centro do país, incluindo Jerusalém.”

Ainda de acordo com Kresch, o Hamas invadiu comunidades israelenses que ficam na fronteira com Gaza, em Kibutzim, “onde entraram pelas ruas, batendo nas portas e sequestrando cidadãos, incendiando casas e ocupando a região com brutal violência”.

Por: ANH/Redação