/BRASKEM NO FIO DA MEADA: VEREADOR GALBA NETTO FARÁ PEDIDO PARA SUSPENDER LICENÇAS DA MINERADORA E TAMBÉM PEDIRÁ PRISÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA TRAGÉDIA
Vereador Galba Netto, presidente da Câmara Municipal de Maceió.

BRASKEM NO FIO DA MEADA: VEREADOR GALBA NETTO FARÁ PEDIDO PARA SUSPENDER LICENÇAS DA MINERADORA E TAMBÉM PEDIRÁ PRISÃO DOS RESPONSÁVEIS PELA TRAGÉDIA

Não é segredo para ninguém que a crise ambiental provocada pela mineradora Braskem, afetou a vida de milhares de maceioenses que viram suas casas ruir desde as primeiras rachaduras encontradas no solo dos quatro bairros afetados diretamente pela maior tragédia ambiental urbana dos últimos anos.

O caso escandaloso, que obrigou famílias inteiras a deixar suas casas, muitas delas construídas ao longo de várias gerações, empurrou centenas de pessoas literalmente para o mais profundo abismo social, moral e mental. São muitos os relatos de pessoas que além de perder por exemplo o seu ‘ganha pão’, perderam também a paz e a capacidade de seguir em frente. Muitas das pessoas afetadas pela tragédia, desenvolveram um quadro grave de depressão, e muitas outras já foram enterradas ao ver seu único bem, caindo aos pedaços.

VEREADOR PEDE PRISÃO E FIM DA CONCESSÃO DA MINERADORA EM MACEIÓ

Nesta quinta-feira, o vereador e presidente da câmara, Galba Netto, usou o plenário para cobrar medidas mais enérgicas contra a Braskem, determinando em nome do Poder Legislativo, que os responsáveis pela tragédia sejam presos e a concessão (licença de funcionamento e exploração dos recursos minerais) sejam retirados imediatamente da empresa.

“O direito tardio não traz justiça e beira a injustiça. São cinco anos da tragédia com pessoas sem receber suas indenizações. Passou da hora de tomarmos uma decisão mais drástica. Por isso, aproveitando o relatório produzido por esta casa de fazermos  a indicação coletiva para suspender todas as licenças de funcionamento dessa empresa até que sejam sanados todos os prejuízos que ela provocou ao povo de Alagoas”…

“…Isso já passou do limite do compreensível. é o mínimo que podemos fazer. Pessoas indo para frente de suas casas e até se matando. Imagine como está a cabeça dessas pessoas. Suas memórias afetivas. Está na hora de punir quem deve ser punido, até com indicação de prisão dos responsáveis”, Disse Galba. – trechos extraídos do site oficial da Câmara.

O ANH Notícias conversou com um dos ex-moradores da região, e que foi diretamente afetado pela Braskem. Junior da Silva, é estudante de Direito,  e viu sua vida se transformar diante do caos.

ANH: Junior, qual ou quais os impactos que a crise produzida pela Braskem produziu na sua vida?

Junior: “Eu tinha uma rotina. Saía para a faculdade, chegava em casa, almoçava e logo após saía para trabalhar. Voltava pela noite, e sempre era recebido pela minha mãe no portão de casa, que abria a garagem para que eu pudesse guardar nosso carro. Ainda pela noite, conversava com alguns amigos na porta de casa, e isso faz muita falta. Eu até me emociono ao lembrar que tudo aquilo que eu tinha, já não existe mais”.

ANH: Como ficou o fator psicológico em sua casa?

Junior: Assim como quase todos os moradores da região, sobretudo os mais antigos, que tinham uma história de toda uma vida no local, não fugimos à regra. Entramos em depressão. Ficamos muito mal com tudo isso. Só que alguns entram numa depressão mais profunda, e é aí que mora o perigo. Vi o avô de um grande amigo meu falecer com depressão, pois não aceitava de forma alguma ter que sair da casa que ele construiu.

Destacamos que ainda há muitos moradores na região, que não aceitaram a proposta de acordo de indenização feita pela mineradora, e com isso, passam por privações sociais, uma vez que os serviços essenciais como iluminação pública e serviço de coleta de lixo estão desativados. 

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.