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As atividades físicas contribui para diminuição das dores em pessoas que passaram por tratamento de câncer

O câncer representa uma condição debilitante para os pacientes, muitas vezes acompanhada de dores e desconfortos durante o tratamento. Evidências científicas indicam que o estilo de vida adotado antes, durante e após o diagnóstico desempenha um papel crucial no nível de sofrimento físico. Uma pesquisa conduzida por cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, agora revela que a prática regular de atividades físicas tem o potencial de reduzir a intensidade da dor em sobreviventes de câncer. Os resultados do estudo foram publicados nesta segunda-feira (12/2) no American Cancer Society Journals.

Erika Rees-Punia, pesquisadora sênior do estudo, destaca: “A atividade física emerge como uma opção eficaz e não farmacológica para diminuir vários tipos de dor, incluindo aquelas associadas ao câncer e seus tratamentos.”

Os cientistas analisaram dados de saúde de 62 mil pessoas, das quais 10.651 eram adultos com histórico de câncer e 51.439 não tinham histórico da doença, usados como grupo de comparação. Os participantes foram questionados sobre como classificavam sua dor, numa escala de zero (sem dor) a 10 (pior dor imaginável). Além disso, foram indagados sobre a prática de atividades físicas. Os resultados revelaram que uma frequência mais elevada de atividades físicas estava associada a uma menor intensidade de dor. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda entre 150 e 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada por semana, ou entre 75 e 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa.

No grupo dos participantes com histórico de câncer, aqueles que se envolviam em atividades físicas além do recomendado pela OMS tinham 16% menos probabilidade de relatar dor moderada a intensa em comparação com os que não mantinham esse hábito. Comparativamente aos sedentários, aqueles que eram consistentemente ativos ou que adotaram atividade física na vida adulta também relataram menor incidência de dor.

O oncologista João Nunes, da Oncoclínicas Brasília, ressalta que tanto a presença do câncer quanto o tratamento da doença podem desencadear um processo inflamatório local, levando a desconforto percebido pelos pacientes, desde dormência até dor limitante. Ele enfatiza que estudos como esse fornecem embasamento científico para a promoção de mudanças no estilo de vida dos pacientes durante o tratamento do câncer, acrescentando que a atividade física favorece a liberação de endorfinas e a redução de radicais livres, contribuindo para o controle de sintomas.

Redação ANH