No último domingo (11), um conjunto de pelo menos seis orcas foram avistados nas proximidades da costa de Saquarema, no litoral do Rio de Janeiro. A observação foi feita a partir das praias de Jaconé e Barra Nova, sendo registrada por meio de imagens de drone capturadas por Rafael Rodrigues da Silva, funcionário público que também realiza filmagens aéreas na região.
Rafael relata a experiência única ao avistar as orcas enquanto passava de moto pela Praia de Jaconé, observando um grupo de pessoas que as filmava à medida que se aproximavam da orla. Ele prontamente voltou para casa, pegou seu drone e seguiu de moto até a praia seguinte, Barra Nova, para registrar as imagens. “Foi uma sensação indescritível, única”, relembra.
O grupo de orcas avistado é objeto de monitoramento por pesquisadores brasileiros há mais de cinco anos, conforme relata Júlio Cardoso, fundador do projeto ‘Baleias à Vista’. O mesmo projeto já havia registrado a presença das orcas na região de Ilha Bela (SP). Até o momento, foram identificadas 47 orcas que frequentam o litoral brasileiro, principalmente na região Sudeste. O registro inclui um macho jovem chamado Akanni, que também aparece nas imagens capturadas por Rafael. No ano passado, um artigo detalhado sobre esses animais, abordando dados como ocorrência, movimentos, alimentação e comportamento social, foi publicado.
Essas orcas têm uma distribuição global pelos oceanos e, embora sejam mais comuns em águas temperadas e subpolares, também são encontradas no Brasil, principalmente devido às condições de ressurgência (afloramento de águas profundas, geralmente frias e ricas em nutrientes) e à disponibilidade de presas.
De acordo com Júlio, acredita-se que o grupo avistado, assim como outros monitorados, permaneça na região. “Pelos nossos registros, as orcas vivem nesta área do litoral sudeste do Brasil, podem descer um pouco mais ao sul, talvez até o Uruguai, mas não mais que isso! Este é o território delas”, afirma. Estudos indicam que, na costa brasileira, esses predadores cosmopolitas se alimentam principalmente de raias.
Redação ANH/RJ
