A pesquisa do IBGE revela que o analfabetismo no Brasil não só varia conforme a idade, mas também reflete desigualdades regionais e étnico-raciais. O Nordeste se destaca com a maior taxa, alcançando 11,2%, mais que o dobro da média nacional, que é de 5,4%.
Por outro lado, as regiões Sul e Sudeste registram as menores taxas, com 2,8% e 2,9%, respectivamente. Apesar disso, o Nordeste teve a maior queda no analfabetismo em comparação com anos anteriores.
As disparidades étnico-raciais são evidentes: em 2023, a taxa de analfabetismo entre pessoas pretas ou pardas era de 7,1%, mais que o dobro da taxa entre pessoas brancas, de 3,2%. Quando consideradas idade e raça juntas, a situação se agrava, com a taxa de analfabetismo entre os brancos com 60 anos ou mais em 8,6%, enquanto entre os negros quase triplica, chegando a 22,7%.
Em relação ao gênero, as diferenças são menos marcantes, com taxas de analfabetismo de 5,2% para mulheres e 5,7% para homens na faixa etária de 15 anos ou mais.
Esses números estão aquém das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), que visava reduzir o analfabetismo para 6,5% até 2015 e erradicá-lo até o final de 2024.
A média de anos de estudo para pessoas com 25 anos ou mais foi de 9,9 anos em 2023, mantendo-se estável em relação ao ano anterior. As disparidades persistem, com pessoas brancas tendo uma média de 10,8 anos de estudo e pretas ou pardas, de 9,2 anos.
Quanto à escolarização das crianças, houve avanços, com uma taxa de escolarização de 98,7% para crianças de 0 a 3 anos e 92,9% para crianças de 4 a 5 anos. A universalização do ensino fundamental estava quase alcançada em 2023, com uma taxa de 99,4% de crianças de 6 a 14 anos frequentando a escola.
No entanto, entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização cai para 91,9%, sugerindo um avanço da evasão escolar em todas as etapas da educação básica.
(foto: Agência Brasil)
Redação ANH/DF