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Médico brasileiro liderou primeiro transplante de rim de porco para um ser humano nos EUA

O doutor brasileiro Leonardo Riella liderou o pioneiro transplante de rim de um porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo. A operação foi realizada em um hospital em Boston, onde o médico trabalha.

Esta é a primeira vez que esse tipo de transplante é realizado em um paciente vivo. Anteriormente, em 2021, uma equipe em Nova York havia conduzido um experimento semelhante em um paciente com morte cerebral.

O receptor do rim é um homem de 62 anos, de ascendência negra, que sofria de doença renal em estágio avançado. Segundo o médico, o paciente está se recuperando bem e os primeiros sinais são encorajadores. Se a recuperação for bem-sucedida, essa descoberta pode oferecer esperança para aqueles que aguardam ansiosamente por um transplante de rim. No Brasil, a lista de espera por um rim é a mais longa entre os pacientes que aguardam por um transplante.

O procedimento de pesquisa envolveu o xenotransplante, que é a transferência de órgãos de animais para seres humanos. Esse tipo de estudo está em andamento há décadas. O principal desafio sempre foi a resposta do sistema imunológico, que normalmente rejeita tecidos estranhos.

O rim de porco foi fornecido pela empresa eGenesis, com sede em Cambridge, Massachusetts, e foi obtido de um porco geneticamente modificado. Durante o processo, os cientistas removeram genes suínos que poderiam desencadear reações negativas no corpo humano e introduziram genes humanos. Além disso, os retrovírus endógenos suínos no doador de porcos foram inativados para eliminar qualquer risco de infecção em humanos.

A espera por um rim representa a maioria dos casos na fila de transplantes no Brasil. Para muitas pessoas na lista de espera, a hemodiálise diária é uma realidade constante. Além disso, elas enfrentam restrições na ingestão de líquidos, já que seus corpos não conseguem filtrar naturalmente os resíduos. Segundo o Ministério da Saúde, até a data desta quarta-feira (20), havia 42 mil pessoas na fila de espera por um órgão no Brasil, com 39 mil delas precisando de um rim.

Redação ANH