/TRANSFORMAÇÃO CORPORAL: ATÉ QUE PONTO A ATITUDE DE MODIFICAR O CORPO PODE SER SAUDÁVEL OU COMPLICAR SUA VIDA?

TRANSFORMAÇÃO CORPORAL: ATÉ QUE PONTO A ATITUDE DE MODIFICAR O CORPO PODE SER SAUDÁVEL OU COMPLICAR SUA VIDA?

Michel Praddo, ficou conhecido como “diabão”. Imagem: Arquivo Pessoal.

A transformação corporal através de procedimentos estéticos deve ter um nível de alerta? Até que ponto devemos pensar em modificar o nosso próprio corpo, sem que isso nos cause danos sociais e principalmente em nossa saúde?

Em Praia Grande, município do interior do estado de São Paulo, um homem ficou conhecido nacionalmente como “Diabão”, após inúmeras modificações que ele fez em seu corpo, desde a amputação de membros, como por exemplo os dedos das mãos e dos pés, além da ponta do seu nariz, e até tatuar o fundo do olho com tinta preta. Michel Praddo, afirma sentir muito prazer e orgulho em fazer tais transformações que beiram o extremismo. Sua esposa, Carol Praddo, também segue os passos do marido e chegou a tatuar o fundo do olho com tinta vermelha. Seu apelido, ou nome artístico (como queiram) é “Mulher Demônia”.

O psiquiatra Bruno Alves, disse ao ANH Notícias, que este tipo de comportamento revela algum tipo de perturbação mental que tem origem na infância. 

“O sujeito cresce com algum tipo de carência e quando se torna adulto, descobre que pode descontar certos resquícios de algo que ficou gravado em sua memória, promovendo mudanças corporais que ele julga como prazeroso e benéfico a sua saúde, mas, sabemos que isto não é algo normal. Fazer uma ou várias tatuagens não vem ao caso, pois cada um sabe de si. Eu mesmo tenho uma nas costas e acho super bonita. Isto não faz de mim ou de qualquer pessoa que se tatue, alguém sem caráter ou marginal como se dizia antigamente, pois o preconceito contra os tatuados era algo muito maior que hoje.

Mas, quando falamos em modificação corporal ao extremo, como este rapaz e outras pessoas fazem por aí, estamos falando de uma patologia psiquiátrica, que foge do campo da realidade humana na mente dessas pessoas. Tanto é que, eles fazem modificações para se parecer com algum personagem de TV que tem garra ou chifres”.

Michel Praddo e Carol Praddo. Marido e mulher fizeram juntos, diversas modificações corporais. Imagem: Arquivo pessoal.

A nossa equipe ouviu o sociólogo Pedro da Silva, que revela o outro lado da moeda para quem faz modificações corporais ao extremo.

“É inaceitável do ponto de vista social, que você entre num banco ou hospital, e o cara que vai te atender esteja com dois chifres, mesmo que postiços, bem no meio da testa. Imagine então você ir comprar pão e o atendente da padaria estiver com a ponta do nariz cortada, e ao invés de 5 dedos, ele exiba apenas 3. 
Você com certeza irá se perguntar: Será que foi um acidente?

As pessoas têm sede de curiosidade, e fatos como esse causam muito interesse nas pessoas.Porém, modificar-se ao ponto de ficar parecido com este rapaz ou sua esposa, é algo que transcende a razão psíquica e acaba afetando diretamente na sua vida social.

Quem vai contratar um homem ou uma mulher com essa aparência? Eu não estou julgando o caráter de quem se transforma, pelo amor de Deus, longe de mim, eu tô apenas contestando sob o ponto de vista social, que as empresas não contratam pessoas com esta aparência, pois neste caso, não se trata de uma deficiência física, e sim, uma modificação corporal pessoal voluntária, o que neste caso, se torna ainda pior. Ela ou ele, devem ser pessoas super do bem, apesar dos apelidos jocosos, devem ter grande potencial profissional, mas fiquem certos, o impacto social que isto causa em suas vidas, é algo brutal”.

O ANH apurou que, uma mulher que mora em Gales, no Reino Unido, e que é viciada em tatuagens, desabafou na internet que não consegue arrumar emprego em  lugar nenhum. Que já enviou centenas de currículos e até hoje não conseguiu emprego. Ela diz que sua aparência causa grande impacto nas pessoas, e também reclama dos olhares de recriminação. 

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.