O senador do Partido Novo, Eduardo Girão, promoveu hoje um momento vexatório diante do ministro da Cidadania e Direitos Humanos, Silvio Almeida, ao tentar presentear o ministro, com um feto morto de 11 semanas.

A pauta é antiga, porém mentirosa, pois a questão da liberação do aborto, não está na pauta do atual governo, sendo apenas mais uma falácia da oposição, que tenta de todas as maneiras possíveis, incluindo o uso de notícias falsas, criar uma grande confusão apelando para a pauta dos ‘bons costumes’. 

Bons costumes, aliás, que em terra de malandro pode ser chamada de falso moralismo.

O ministro, que é uma sumidade à nível intelectual, grande pensador e estudioso do chamado Racismo Estrutural, termo que ele criou e virou referência em estudos acadêmicos, foi covardemente abordado de maneira desrespeitosa pelo senador, que tentou lhe entregar tal feto como um presente.

O ministro, constrangido com a atitude do senador, respondeu:

“Senador Girão, por favor… eu vou te pedir uma coisa, eu não quero receber isso, por um motivo muito simples, eu vou ser pai agora. Eu sei muito bem o que significa isso. Isso pra mim é uma performance que eu repudio profundamente. Isso aí pra mim… é… com todo respeito, é uma exploração inaceitável de um problema muito sério que temos no país. Em nome da minha filha que vai nascer, eu me recuso a receber isso aí“. 

Após a resposta dada ao senador, o ministro foi aplaudido por todos os presentes na sessão. 

O ministro complementou sua fala dizendo que é um homem sério, e acredita que o senador também seja. Mas, esse tipo de performance, não é condizente com a sua maneira de ver a política do aborto.

A oposição também tenta colocar a pecha de abortista,  ao atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que já desmentiu a falácia, justificando que tem princípios, filhos, netos, e não compactua com uma política de aborto livre. 

Em realidade, existe em nosso país, uma lei de 1940, que permite a prática do aborto em ocasiões especiais, veja:

Artigo 128 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

CP – Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 128 – Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54)

Aborto necessário

I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal

A questão do aborto é muito séria, e envolve uma discussão social profunda, e que irá esbarrar sempre na questão religiosa, pois muitos se apegam as suas religiões, para justificar a sua negação ao aborto, incluindo o que está escrito no texto da lei. 

Logo, não se admite que um senador busque promover uma política nefasta e mentirosa, sobre um tema que o atual governo nunca trouxe para o centro das questões fundamentais que envolve o país, que neste momento, urge em reconstruir tudo aquilo que foi desmantelado pelo ex-governo. 

Por: Gabriel Maia, ANH/Redação.